“CANTO A NOSSA MÚSICA, A NOSSA VERDADE, LEVANTO A NOSSA BANDEIRA”. CONHEÇA A TRAJETÓRIA ARTÍSTICA DE FABIANA PIMENTINHA.
Galo da Madrugada - Recife, PE
17 de março de 2022

Ela é o que podemos chamar de alguém que não se tornou artista, mas já nasceu artista. Se a apresentarmos pelo seu nome de registro, Fabiana Azevedo de Menezes, certamente muitos não saberão de quem se trata. Já quando revelamos seu nome artístico, Fabiana Pimentinha, aí, sim, todos sabem de quem estamos a falar.
Recifense de nascimento, mas também caruaruense e jaboatonense por reconhecimento, Fabiana conta que começou a se apresentar ainda aos cinco anos de idade, quando, através da pianista de sua escola – na qual tinha aula de música -, foi apresentada à TV Jornal do Commercio e participou de um programa infantil, “Cata-Vento”. “Ao chegar lá, comecei logo a cantar, participar do júri, tinha um coral que cantava músicas líricas. Quando o programa acabou, passei a cantar em outras atrações da emissora, ao mesmo tempo que fui sendo contratada, também, para fazer propagandas e como modelo infantil em desfiles. Também fiz parte do Teatro de Amadores de Pernambuco, nas peças Saltimbancos e Um Sábado em Trinta”, lembra Pimentinha.
Em um desses programas da TV Jornal em que participou, Fabiana conta que conheceu o Maestro Duda, que a convidou para participar de algumas das apresentações que sua orquestra fazia pelo Recife. “Fizemos alguns shows, matinês, bailes de carnaval. Foi quando tive a felicidade de ser chamada, por José Raul Valença, dos Irmãos Valença, para gravar uma faixa no Compacto (disco de vinil com apenas duas ou quatro faixas) do grupo”, continua. A música foi “Frevo Avalençado”, por meio da qual a pequena Pimentinha recebeu, de ninguém menos que Capiba, o título de Revelação do Frevo naquele ano, ainda com oito pra nove anos de idade.

Em seguida, foi contratada pela gravadora Continental e lançou seu primeiro disco – também em formato compacto, com destaque para a música “Frevo Menina”, sucesso no carnaval de 1982. “Vendi 250 mil discos, me apresentei em programas nacionais como do Sílvio Santos, Chacrinha, Raul Gil”, diz Fabiana.
A artista também tem o orgulho de relatar que teve como padrinhos, no início de sua carreira, dois verdadeiros reis pernambucanos: “sou afilhada de Reginaldo Rossi, que era amigo da minha mãe e me colocou para cantar pela primeira vez, em público, no aeroclube, quando interpretei seu sucesso ‘em plena lua de mel’, que faz parte do meu repertório no São João e no Carnaval até hoje. Devo muito a Reginaldo, é um artista que temos sempre que reverenciar. Também tive a felicidade de ser apadrinhada por Luiz Gonzaga, que me colocou na gravadora RCA”, relata.
Embora tenha boa parte de seu trabalho voltada ao forró, Pimentinha define-se como uma artista pernambucana como um todo. “Canto a música nordestina, a música pernambucana. Canto o meu frevo, o meu baião, o meu maracatu, o meu coco, a minha ciranda. Canto a nossa música, a nossa verdade, levanto a nossa bandeira”. Também compositora, Fabiana é autora de “Por Amor ao Frevo”, que teve videoclipe gravado, em 2020, pela Rede Globo Nordeste.
Recentemente (no início deste mês), a cantora também teve seu trabalho reconhecido com recebimento da medalha Heroínas de Tejucupapo, concedida pela Academia Internacional de Literatura e Artes.
Paixão pelo Galo
Embora o título de 23 desfiles no maior bloco de carnaval do mundo e ter sido uma das primeiras mulheres a comandar um trio no bloco, por si só, já sejam um grande trunfo, Fabiana faz questão de deixar claro que sua relação com o Galo da Madrugada vem de muito mais tempo. “Conheci o Galo com três anos de idade, junto com minha avó, meu pai e minha mãe. Era ainda um bloco pequeno, cheguei a acompanhar a época dos caminhões (que transportavam as orquestras e foram, depois, substituídos pelos trios elétricos), ainda como foliona”, conta.
Unindo as duas paixões, uma pela música e a outra pelo Galo, chegou o dia – em meados da década de 1990 – em que Fabiana resolveu procurar a diretoria do Clube na busca de realizar o sonho de estar ali como cantora. “Um dia fui visitar, conhecer, queria estar num trio, tinha essa vontade. Conversei com seu Enéas e ele falou assim pra mim: ‘Fabiana, não é fácil, você vai ali durante todo o percurso, segurar o desfile, mas eu vou te dar esse voto de confiança’. Ele teve muito respeito e credibilidade com o meu trabalho”, recorda a artista, que estreou no maior bloco do mundo em 1996.

“De lá pra cá, só deixei de desfilar um ano, que foi quando tive meus gêmeos, em janeiro, e não pude estar naquele carnaval, no mês seguinte. Fora isso, apenas a pandemia, sem a qual eu estaria completando, este ano, 25 desfiles no Galo”, frisa, referindo-se aos dois anos em que não houve carnaval, por conta da Covid-19.
Fabiana também tem cadeira cativa no Forrozão do Galo, evento aberto que o Galo da Madrugada realiza, desde 2010, no Centro do Recife, pra abrir os festejos juninos. “Estou desde o começo, no trio elétrico, nesse evento consagradíssimo”, acrescenta.
A emoção de estar no comando de um trio, no Sábado de Zé Pereira, é tão única, para Fabiana, que ela confessa ser difícil até “descer” (para o camarim, por exemplo) para tomar uma água ou se alimentar. “Fico ali em cima o desfile inteiro, a interação das pessoas é incrível e contagiante, a gente acaba se alimentando daquela alegria, daquela felicidade, daquela troca. Na verdade, você não sente sede, não sente fome, não sente nada, só aquela alegria, aquele prazer de estar ali em cima naquela maravilha. Estou com muita saudade de tudo isso”, confessa. E quem não está?

Serviço
Fabiana Pimentinha
Contato para shows: (81) 99616.1499
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