LÁ VEM OS VIOLADOS: HÁ 11 ANOS TOCANDO NO GALO DA MADRUGADA, QUINTETO VIOLADO LANÇA NOVO CLIPE NESTE SÁBADO

 

Galo da Madrugada - Recife, PE

 

19 de junho de 2020

LÁ VEM OS VIOLADOS: HÁ 11 ANOS TOCANDO NO GALO DA MADRUGADA, QUINTETO VIOLADO LANÇA NOVO CLIPE NESTE SÁBADO

Ao voltar do exilio, Gilberto Gil foi entrevistado por uma revista, que perguntou o que ele havia visto e ouvido de novo na música brasileira. O cantor e compositor foi taxativo ao responder Quinteto Violado. Bastou isso para que o grupo lotasse todo e qualquer teatro em que se apresentasse pelo Brasil. Fundado em 1971, o grupo que comanda há onze anos as multidões carnavalescas do Galo da Madrugada, é conhecido pela capacidade de tocar a música do mundo, sem perder as raízes nordestinas.

O grupo pernambucano lança clipe inspirado em Asa Branca, de Luiz Gonzaga, neste sábado (20). Conversamos com Marcelo Melo, um dos integrantes do grupo, sobre o carnaval, parcerias musicais e a produção artística na quarentena. Confiram a entrevista:

1 – Pode nos falar um pouco como surgiu o grupo?

O Quinteto Violado surgiu na cena musical do Brasil com uma força tremenda, em 1971, revolucionando a forma de fazer arranjos em músicas que já eram conhecidas. Nessa trajetória de 49 anos, estamos rumando para comemorar os 50 anos em 2021, o grupo já gravou 54 fonogramas, entre LP’s e CD’s, mais 4 DVD’s e tivemos a publicação de 2 livros, o “Bodas de Frevo”, escrito por Gilvandro Filho e lançado nas comemorações dos 25 anos do Quinteto e o “Lá Vêm os Violados”, escrito por José Teles, lançado nos 40 anos do grupo.

2 – A história do nome da banda é bem interessante. Poderia nos contar como foi?

Foi da frase “Lá Vêm os Violados”, dita por um dos filhos de Plínio Pacheco, construtor e idealizador da cidade-teatro de Nova Jerusalém, local onde fizemos a nossa primeira apresentação, em 20 de outubro de 1971. Ainda éramos apenas “Quinteto” e ao descer das pedras, após o nosso show, carregando violão, viola, contrabaixo, um desses filhos gritou: “Lá Vêm os Violados!”. Olhei pra Toinho, meu parceiro, amigo, irmão e fundador do Quinteto Violado comigo e dissemos: “estamos batizados. Somos o Quinteto Violado”.

3 – A quanto o tempo o Quinteto se apresenta no Galo da Madrugada? Lembram da primeira apresentação?

Já são 11 desfiles pelo Galo. É uma coisa que nos envaidece e engrandece a nossa carreira. O Galo é uma espécie de símbolo pra cultura do país. Saímos pela primeira vez em 2010 e de lá pra cá não perdemos mais esse ritmo. São 11 desfiles, sempre com repertório de frevos, valorizando os nossos artistas, trazendo, por diversas vezes, alguns convidados, como foi o caso dos anos que trouxemos Lucy Alves, Marina Elali, Chico César, Renato Borghetti, Santanna – o Cantador, Maciel Melo e Cezzinha.

4 – O que o desfile do Galo representa pra vocês?

Nosso Carnaval não seria completo sem desfilarmos no Galo. É emocionante, choramos por diversos momentos durante o desfile, mas nos mantemos firmes, às vezes, como foi o caso do desfile deste 2019, por 8 horas seguidas, sem parar de tocar. Desfilar pelo Galo é a coroação da nossa programação de Carnaval, talvez o sonho de todo artista. Como falei anteriormente, o Galo da Madrugada e essa equipe incrível, liderada pelo amigo de todos os artistas, Rômulo Meneses, é símbolo da cultura do nosso país, da história da nossa gente, e isso devemos à visão do saudoso “Seu” Enéas Freire. Rômulo, a Família e vocês, da equipe, tocaram o barco e agigantaram esse símbolo do país.

5 – Estão com lançamento de clipe novo?

Sim. Será a gravação da “Asa Branca”, hino de todo o nordestino, com o nosso arranjo original de 1972, que foi considerado pelo próprio Luiz Gonzaga, como o mais lindo arranjo para a sua música.

Além do Quinteto, participaram cantando conosco, Elba Ramalho, Geraldo Azevedo, Lenine, Zeca Baleiro, Chico César, Anastácia, Flávia Bittencourt, Nosly Marinho, Banda de Pau e Corda, Mestrinho, Chambinho do Acordeon e Sando (que foi o primeiro flautista do Quinteto Violado).

Deu trabalho, mas esses artistas gigantes, queridos e parceiros, foram incríveis aceitando o nosso convite, e gravaram, todos, em suas casas.

6 – Como está a produção artística durante a quarentena?

Além de participarmos de algumas Lives, a convite de outros artistas, amigos e parceiros, produzimos em parceria com o nosso Produtor, Pedro Francisco de Souza (@pedrofranciscodesouza.producao), um clip que será lançado nesse sábado, 20 de junho, às 20 horas, em nossas mídias sociais. Fizemos em casa.

7 – O que esperam para o próximo carnaval

Independente de haver ou não o Carnaval em 2021, desejamos que todos estejam bem, com saúde, e que essa pandemia, esse caos, tenha sido debelado. Lamentamos profundamente as vidas perdidas.
Em havendo condição, temos certeza de que será um Carnaval muito mais alegre, cheio de animação e irreverência do que os anos passados. O povo que está preso, muitos passando por dificuldades, estará ávido por uma festa de rua, principalmente o Desfile do Galo da Madrugada, que arrasta a cada ano uma multidão sempre maior, batendo todos os seus recordes.

Outro recorde do nosso Galo, o nosso Rei do Carnaval, foi ter levado o Desfile para São Paulo, mostrando a força desse Bloco e a força e importância do nosso Carnaval.

E para nós, 2021 será o ano em que marca os 50 anos de nossa trajetória de vitórias, de uma história que passa por gerações.

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