Oficina “Frevo: Estilo de Música e de Dança” busca aproximar as crianças e adolescentes da cultura local, de modo a se tornarem público das manifestações próprias da sua cidade.

Conhecer para gostar. É partindo desse princípio que o Galo da Madrugada tem levado ao público jovem, por meio da oficina “Frevo: Estilo de Música e de Dança”, um panorama sobre o ritmo, desde sua origem às suas principais características, de modo a aproximar os “pequenos foliões” da manifestação e também garantir os públicos futuros dessa que é a maior marca da cultura pernambucana. Ontem (07), foi a vez dos estudantes das escolas municipais do Coque e Professor José da Costa Rico – ambas no bairro do Coque, área central do Recife – receberem a visita do projeto, que é financiado pelo Ministério da Cultura, por meio da Lei de Incentivo à Cultura.

Cerca de mil estudantes do Ensino Fundamental puderam aprender um pouco mais sobre como surgiu o frevo, seus diferentes tipos enquanto música – frevos de bloco, de rua e canção -, principais passos da dança e curiosidades como a influência da capoeira na coreografia e a referência às cores da bandeira de Pernambuco (amarelo, vermelho, verde e azul) na tradicional sombrinha utilizada pelos passistas. “É mais uma experiência muito boa, a gente adora fazer esse trabalho com crianças, adolescentes e jovens, mostrando o que é o frevo, a sua origem, a sua identidade, a sua musicalidade e toda diversidade que ele traz consigo. Nosso objetivo é que, ao conhecerem a nossa cultura, eles possam apreciá-la e valorizá-la”, explica Francisco Câmara, carnavalesco do Galo da Madrugada e um dos palestrantes da oficina.

Com a visita de ontem, somam-se três unidades públicas de ensino já visitadas, este ano, pelo projeto do Galo – mês passado, o Galo visitou a Creche Municipal Sérgio Loreto. A iniciativa, que já existe há cerca de sete anos, já esteve em diversas escolas do Recife e Região Metropolitana, sempre levando aos estudantes o conhecimento a fim de que possam entender melhor a riqueza e a diversidade cultural persentes no frevo, considerado Patrimônio Imaterial da Humanidade. “É sempre muito prazeroso mostrar, às crianças, que serão os foliões de amanhã, tudo o que é nosso, que vem da nossa cultura e do nosso povo. Torna-se ainda mais especial por ser aqui, no Coque, vizinhos da nossa sede”, complementa Tatyana Veríssimo, diretora de Projetos do Galo.

Além dos palestrantes – especialistas nas diversas áreas abordadas, desde história, música e coreografia -, a oficina conta ainda com a participação de orquestra, passistas (que ensinam às crianças passos básicos do frevo) e também do porta-estandarte do Galo, Fernando Zacarias, e do mascote do Pinto da Madrugada, grande sensação entre as crianças.

“Participar, hoje, desse momento aqui no Coque foi fundamental. Essa proposta do maior bloco do mundo de trazer a nossa cultura para os alunos é fantástica, é uma oportunidade única que essas crianças estão tendo de conhecer de perto o frevo e seus tipos, os passos, os passistas e a importância das nossas manifestações para todos nós. Faz com que eles valorizem mais o que é nosso, bem como o próprio Galo, que faz parte do bairro que eles vivem, crescem e estudam. Foi encantador e gratificante esse momento cultural”, avaliou a técnica pedagógica da Prefeitura do Recife Márcia Elisabete, também presente na visita de ontem às escolas do Coque.