PERNAMBUCO ARTE CULTURAL: “CAPOEIRA É LUTA, É ARTE, É DANÇA E É TAMBÉM UM ESPAÇO QUE SALVA VIDAS”

 

Galo da Madrugada - Recife, PE

 

26 de abril de 2024

PERNAMBUCO ARTE CULTURAL: “CAPOEIRA É LUTA, É ARTE, É DANÇA E É TAMBÉM UM ESPAÇO QUE SALVA VIDAS”

Com quase 40 anos de história, grupo de capoeiristas “Pernambuco Arte Cultural” tem levado cidadania e mudança de vida a jovens do Recife através da arte.

Desde que a manifestação cultural da capoeira passou a integrar as apresentações das prévias carnavalescas da Quinta no Galo, um grupo oriundo do Alto Santa Terezinha – Zona Norte do Recife – tem contado com um reforço a mais na visibilidade de um trabalho que, há quase quatro décadas, tem utilizado a cultura e a arte como instrumentos de transformação na vida de centenas de jovens da comunidade. Batizado de “Pernambuco Arte Cultural”, o projeto é, hoje, mais um parceiro do maior bloco do mundo na divulgação dos ritmos pernambucanos – esse, em especial, que deu origem ao frevo, carro-chefe da cultura local.

Por trás do espetáculo de sons e de uma bela mistura de dança e luta, encenado por cerca de 20 artistas, há um trabalho ainda maior que atende um número, hoje, incontável de cidadãos de todas as idades: “hoje, além do Alto Santa Terezinha, nosso trabalho já se ramificou pra outras localidades, como Casa Forte, Macaxeira e Olinda. Tem bastante gente já”, conta, orgulhoso, um dos fundadores e atuais responsáveis pelo Pernambuco Arte Cultural, Vicente Deodato – o “Mestre Morcego”, como é conhecido nas “rodas”.

Vicente – que também é dançarino profissional e formado em Educação Física -, conta que o projeto foi fundado em 03 de setembro de 1985, com aulas ministradas no antigo Centro Social Urbano Afrânio Godoy (atual Compaz Eduardo Campos, onde o grupo continua a realizar suas atividades) e na Escola Rotary, ambos no Alto Santa Terezinha. “Criamos um trabalho social com o objetivo de utilizar a capoeira como instrumento de inclusão social e de cultura de paz, incentivando, por exemplo, os jovens aos estudos. Hoje, temos no grupo profissionais já formados em diversas áreas como Educação Física, Pedagogia, Biologia, Arquitetura, entre outras” cita o mestre.

O grupo, que conta com três mestres – Morcego, Caboclo e Didi – e trabalha com todas as faixas etárias (de crianças de quatro anos a adultos), já levou a arte da capoeira a uma série de eventos e locais como congressos, eventos culturais e comerciais, escolas e outras comunidades do Recife e Região Metropolitana. Desde que passou a integrar as programações da Quinta no Galo, a “roda” tem encantado e arrancado aplausos do público, numa apresentação embalada pelos tradicionais instrumentos atabaque, agogô, berimbau e reco de madeira. “Trabalhamos os ritmos afro maculelê e samba de roda, como também o frevo, que nada mais é do que uma evolução da capoeira. Costumamos dizer que a capoeira é o pai do frevo”, explica Mestre Morcego.

A parceria com o maior bloco do mundo, por meio das apresentações nas prévias da agremiação – mundialmente, conhecida – tem trazido, ao que tudo indica, bons frutos tanto ao evento quanto ao grupo: “o Galo tem nos ajudado muito, já que é a maior vitrine que temos aqui (no Recife). Isso tem contribuído muito na vida desses rapazes e moças, dando a eles não apenas ajuda de custo e visibilidade como também facilitado na captação de recursos”, frisa Vicente. Isso porque, segundo o Mestre Morcego, “melhor currículo que o Galo, impossível” para comprovação de experiência que os artistas, muitas vezes, precisam quando surgem oportunidades, por exemplo, em editais públicos para educadores sociais.

“Pensamos sempre no social e na conscientização de todos eles em busca de uma vida melhor e próspera. Capoeira é luta, é arte, é dança e é também um espaço que salva vidas”, finaliza Mestre Morcego.

Contato para apresentações: (81) 987961297 – Vicente Deodato (“Mestre Morcego”)

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