BALÉ POPULAR DO RECIFE E A CULTURA POPULAR NORDESTINA QUE RESISTE ATRAVÉS DOS TEMPOS

 

Galo da Madrugada - Recife, PE

 

19 de dezembro de 2022

BALÉ POPULAR DO RECIFE E A CULTURA POPULAR NORDESTINA QUE RESISTE ATRAVÉS DOS TEMPOS

Documentar, divulgar, preservar e ensinar a dança popular nordestina para a população do Recife. Esta, entre outras, é a missão do Balé Popular do Recife, grupo que existe há mais de quatro décadas e é, hoje, o mais antigo em atuação no Estado de Pernambuco. Um sonho que começou ainda na década de 1970 – mais precisamente, no ano de 1976 -, quando o então secretário de Educação e Cultura do Recife, o escritor Ariano Suassuna, e o encenador André Luiz Madureira resolveram criar um trabalho experimental com danças e folguedos populares.

Após todo um trabalho de observação e pesquisa com grupos de bumba-meu-boi, caboclinhos, maracatu e pastoril, surgia, no ano seguinte, o balé, ainda com o nome “Grupo Circense de Dança Popular”, que teve como primeiro espetáculo “Brincadeiras de um Circo em Decadência”. A primeira formação fora composta por doze integrantes, entre os quais cinco irmãos Madureira – juntamente com parentes, amigos e vizinhos da família.

Com o sucesso do primeiro espetáculo, o grupo passou a se apresentar em um circo armado na Rua da Aurora (Centro do Recife), chamado de “Circo da Onça Malhada”. Posteriormente, a companhia de dança instalou sua primeira sede no Teatro de Santa Isabel e também passou a receber apoio da Prefeitura do Recife. Tudo graças ao apoio de Ariano, que, aliás, foi quem rebatizou, em maio de 1977, o grupo de “Balé Popular do Recife”, nome mantido até hoje.

“Atravessamos o tempo levando conteúdos da cultura popular nordestina para várias gerações. Já nos apresentamos em importantes festivais do Brasil e também divulgamos a cultura da nossa terra em países como Israel (primeira apresentação do grupo no exterior), Espanha, Portugal, França, Holanda, Costa do Marfim, Cuba, Canadá, Estados Unidos, Peru, Argentina, China e Venezuela, além de escolas de Ensino Fundamental e Médio de Paris e daqui do Recife”, pontua Marconi Stylebrasil, atual produtor do balé.

O trabalho de pesquisa realizado, ao longo dos anos, pelo grupo vai além da observação dos grupos populares, mas também de fotografá-los, catalogar os seus passos de dança, trajes e adereços, além de gravar suas músicas e conhecer seus rústicos instrumentos. “Temos como missão a preservação e, até mesmo, a recriação das manifestações populares, de forma que nunca deixem de ser reconhecidas como a identidade da raça brasileira, uma raça de força e de muita culturalidade”, acrescenta Marconi.

Em março de 2018, o Balé Popular do Recife recebeu o título de Patrimônio Cultural Imaterial do Recife, pela Prefeitura da cidade. O grupo é composto, hoje, por 28 bailarinos e apresenta, atualmente, os espetáculos “Nordeste: a Dança do Brasil”, “Despertar Celebração: O Canto do Guerreiro Tuxau” e “Pernambucália”.

Confira fotos do grupo em recente apresentação na sede do Galo da Madrugada. Fotos: Marcos Silva / Divulgação Galo da Madrugada

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