DE MENINA SONHADORA A RAINHA DO BREGA, ESTRELA NO CARNAVAL, ÍCONE NO SÃO JOÃO… NÃO HÁ MESMO LIMITES PARA MICHELLE MELO

 

Galo da Madrugada - Recife, PE

 

6 de abril de 2022

DE MENINA SONHADORA A RAINHA DO BREGA, ESTRELA NO CARNAVAL, ÍCONE NO SÃO JOÃO… NÃO HÁ MESMO LIMITES PARA MICHELLE MELO

Uma recifense que, desde muito pequenina, já era determinada quanto ao caminho que queria seguir: a música. Muito, mas muito além do talento e da sensualidade que a consagraram rainha do brega Pernambucano, Michelle Melo traz consigo, também, uma trajetória marcante, não só pela persistência como pela paixão para com a cultura da sua terra natal – muito além do ritmo que a coroou. Hoje, por exemplo, a artista compõe o time de artistas que se apresentam, com frequência, nas programações do Galo da Madrugada (tanto no desfile do Sábado de Zé Pereira quanto no Forrozão do Galo, por exemplo). Ou seja, ela é do brega, sim, mas também é do frevo, do forró, enfim, de Pernambuco e sua multiculturalidade.

“Desde pequena, eu já gostava muito de cantar, me encantava com esse universo de shows. Sempre sabia o que eu queria ser quando crescesse, quando as pessoas me perguntavam, eu falava que iria ser cantora e que todo mundo iria me conhecer”, profetizava. A luta não foi nada fácil já que, segundo ela, não existia no seu ciclo familiar e de amigos próximos ninguém ligado à música. Coube a ela, então, mesmo ainda criança, batalhar pelo seu sonho: “Com quase oito anos de idade, ‘fugi’ de casa e bati numa rádio próxima pedindo pra cantar, foi muito engraçado, eu tinha muita determinação, não tinha ninguém que me ajudasse, nada que me levasse àquilo, só meu coração mesmo”, conta.

A menina começou, então a cantar, aos 14 anos (“meio que de brincadeira”, segundo a própria), mas passou a “ganhar dinheiro”, lembra, aos 18 anos, cantando numa orquestra aqui mesmo no Recife. Convites para cantar fora de Pernambuco até ocorreram, mas Michelle confessa que não deu muito certo, já que não estava acostumada a conviver longe da família. “Sempre fui uma menina muito mimada, então, voltei (de Fortaleza) para o Recife e, ao retornar, dei de cara com o brega que estava acontecendo naquele momento por aqui, com a Banda Calypso e outras”.

Cantora tornou-se um dos grandes ícones do fenômeno brega em Pernambucano, que ganhou força no início da década de 2000.

O que mais encantou Michelle, naquele ritmo em alta, naquela época, no Recife, foi a identificação que ela criou com todos (as) aqueles (as) que subiam aos palcos. “Assim como eu, eram pessoas de periferia, pessoas que acreditavam nos seus sonhos e que tinham atravessado muita dificuldade para estar ali, muitas delas, sequer, com dinheiro para ter pago um curso de música. O brega me ganhou com a própria história do movimento”, desabafa a cantora. Daí por diante, o reinado foi absoluto e a história – bem como os tantos refrões e “gemidos” – todo mundo já conhece bem.

Michelle também passou a compor o time de artistas que se apresentam no Galo da Madrugada, tanto no Camarote oficial quanto em trio elétrico.

Já no quesito paixão pelo frevo e pelo Galo da Madrugada, engana-se quem pensa que vieram só de uns anos pra cá, quando Michelle passou a integrar o rol de artistas que se apresentam no maior bloco do mundo. “Carnaval, frevo e Galo da Madrugada fazem parte do sangue pernambucano, não é? Quem é de Pernambuco, começa a amar o Galo já desde pequenininho, aquele desfile maravilhoso, aquela multidão de gente na rua cantando, dançando, sendo felizes”, define. E tudo aquilo, lembra Michelle, sempre a encantou, mas daí a fazer parte daquele espetáculo, já era algo que a menina sonhadora nunca podia imaginar.

Cantora também esteve entre as atrações da última edição do Forrozão do Galo

“Eu nunca pensei que fosse conseguir. Eu fiz o Galo da Madrugada pela primeira vez em 2006, quando eu tinha acabado de ter minha filha, após 30 dias de uma cesariana e fiz todo o percurso”, recorda. Após alguns anos de hiato sem desfilar no Galo, Michelle voltou com tudo anos atrás, consagrando-se, definitivamente, entre o time feminino de comandantes de trios no bloco. “Desde então, eu espero todos os anos para sair no meu Galo, pra subir no Camarote, pra pegar o trio, porque é uma das experiências mais lindas que eu tenho na minha vida, poder participar do Galo da Madrugada. É ter orgulho de dizer que estou aqui, junto do meu povo, fazer parte daquela corte, já que o Galo é o nosso Rei do Carnaval”, desabafa a cantora, que também esteve entre as atrações na última edição do evento junino Forrozão do Galo.

Nesse atual clima de expectativa pela retomada dos eventos, Melo fala que esperança e garra são sinônimos do povo pernambucano: “somos, em si, um povo que tem muita esperança, que já está acostumado com a batalha. Sei que tudo vai voltar ao normal e o nosso Galo vai voltar a brilhar, com a gente ali juntinho. Somos um povo que nasceu pra vencer, um povo arretado, forte mesmo, pode até ficar bambo e envergar, mas não quebra”, garante a artista.

Contato para shows: (81) 99721.8446

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