HÁ 27 ANOS, “BOI DE MAINHA”, DO IBURA, LEVA EDUCAÇÃO E CIDADANIA ATRAVÉS DA CULTURA

 

Galo da Madrugada - Recife, PE

 

27 de dezembro de 2022

HÁ 27 ANOS, “BOI DE MAINHA”, DO IBURA, LEVA EDUCAÇÃO E CIDADANIA ATRAVÉS DA CULTURA

Uma manifestação cultural que tem o privilégio de poder se apresentar em três dos maiores ciclos festivos do ano: carnaval, São João e natal. Assim é o divertido e irreverente “Boi de Mainha”, grupo cultural oriundo do bairro do Ibura, Zona Sul do Recife, que valoriza e revive a tradicional manifestação cultural do bumba-meu-boi – mais presente em estados como o Maranhão e na Região Norte do país. Uma brincadeira que teve início no carnaval de 1995, quando um grupo de amigos resolveu animar a comunidade de forma original e arrastou, já na sua estreia, uma multidão pela rua Rio Moxotó, na comunidade, e adjacências.

 Com o tempo, a brincadeira animada começou a receber convites para se apresentar em escolas, creches, associações, sindicatos, seminários, universidades, entre outros locais, tanto do Recife quanto em outras cidades do Estado.

Grupo se apresentou pela primeira vez na sede do Galo em dezembro de 2022. Fotos: Marcos Silva / Divulgação Galo da Madrugada.

“Nosso objetivo maior é o de promover, através da cultura popular, a educação a partir do reconhecimento da cidadania e promoção dos direitos fundamentais dos moradores do bairro. Observamos um alto interesse da comunidade com a brincadeira do boi, que conseguiu atrair e incluir a população para a discussão e debate da cultura”, afirma Valter Libânio, o “Vavá”, presidente do grupo.

Cerca de 50 pessoas, entre crianças, adolescentes e adultos – todos com entusiasmo em manter viva a cultura popular – compõem, hoje, o “Boi de Mainha”, que já se apresentou em encontros de bois nos municípios pernambucanos de Timbaúba, Bonito, Arcoverde, Caruaru, Limoeiro, Camaragibe, São Lourenço de Mata e no Festival de Inverno de Garanhuns.

“Aqui em Pernambuco, temos uma infinidade de grupos de bumba-meu-boi, cada um com um nome diferente, de acordo com a tradição do município. Em Camaragibe, por exemplo, tem a Sambada do Boi; indo para Paudalho, Tracunhaém, Aliança e Buenos Aires, chama-se boi rural; Em Timbaúba, Boi de Corneta; Em Limoeiro, é chamado Boi de Caboclinho, já que, anos atrás, existiam lá tribos indígenas; em Caruaru, Boi de Bandeira; em Bonito, Boi Lavrado e por aí vai”, cita Vavá. Apesar das peculiaridades de cada região, o artista deixa claro que todos eles têm algo em comum: os personagens. “A Catirina, o Bastião, o Capitão e o boi. Esses que fazem toda a dramaturgia”, explica.

No caso do “Boi de Mainha”, a apresentação sempre conta a vida, a morte e a ressurreição do boi, sempre unidas a temas atuais e de relevância paro o público para quem o grupo se apresenta. “Falamos sobre educação, cidadania, saúde, tudo dentro da história. Na sede do Galo, por exemplo, destacamos a folia, o carnaval”, acrescenta Vavá, que orgulha-se em dizer que o boi é a única manifestação cultural que se “brinca” em todo o país.

O grupo fez sua estreia na sede do maior bloco do mundo em dezembro deste ano, durante a confraternização de fim de ano da agremiação, voltando a se apresentar na semana seguinte – desta vez, na prévia Quinta no Galo. O público pôde conhecer e interagir com os lendários personagens Mateus, Catirina, Capitão, Bastião e, claro, o boi (animado como ele só!). “Queremos mostrar, através desse elemento cultural, a dependência do homem dos frutos da terra. Faz-se necessário despertar o censo crítico, através desses personagens, que, durante toda a apresentação, brincam com o povo. Juntos com o ator principal do folguedo, o boi, todos formam o Boi de Mainha”, finaliza Vavá.

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